Prisões são consideradas reservatórios de agentes infecciosos, alerta Dra Lirane Ferreto, professora de Medicina da Unioeste

Da assessoria/AMP – Foi no dia 21 de novembro que a palestrante Dra Lirane Ferreto, professora do curso de Medicina da Unioeste de Francisco Beltrão, participou de mais uma edição do Encontro Científico, organizado pela Associação Médica do Paraná (AMP), regional Beltrão. A palestra ocorreu na sede da AMP, centro da cidade.

Dra Lirane abordou o tema “Estudo da prevalência de hepatite B, C e HIV na população carcerária do Paraná”.

“As prisões são consideradas reservatórios de diversos agentes infecciosos, representando um ambiente de alto risco para a transmissão e expansão de doenças emergenciais para a saúde pública. A transmissão de doenças infecciosas, tais como as hepatites virais B e C, HIV, doenças sexualmente transmissíveis, tuberculose, entre outras, são maiores nos ambientes prisionais, devido a diversos fatores como superlotação das celas, diversidade de costumes e práticas sociais dos detentos, comportamentos de risco elevados, múltiplos parceiros sexuais, dependência de drogas ilícitas, entre elas, as injetáveis”, explica Dra Lirane.

A vulnerabilidade social quanto a individual sofrida pela população carcerária também pode aumentar o risco de transmissão de hepatites e HIV. “Depois de deixar a prisão, os indivíduos também estão em maior risco de infecção por essas doenças, apesar das maiores chances de reincidência e dificuldades de ressocialização comumente observadas. Identificamos uma prevalência estimada na população privada de liberdade em regime fechado de 11,9% para hepatite B, 2,7% para hepatite C e 1,6% para HIV em unidades do sistema fechado no Paraná”, informa Dra Lirane.

De acordo com a Dra Lirane, a grande quantidade de pessoas entre as prisões e a comunidade – funcionários e reclusos – significa que as infecções não diagnosticadas e não tratadas nas prisões refletem e ampliam a prevalência da infecção nas comunidades vizinhas. “Os resultados demonstram que as unidades prisionais são ambientes que tem uma concentração de fatores sociais, econômicos e estruturais adversos que facilitam a disseminação de vírus, e fornecem subsídios para a elaboração de estratégias eficazes para a condução de ações diagnósticas, educativas e assistenciais”, conclui Lirane.

Conforme Francisco Marcelo Correa, policial penal lotado na Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão são 1.181 os detentos na casa de custódia. Francisco atua no setor de patrimônio da unidade prisional e nas cadeias da regional do Deppen, auxiliando na ocupação e qualificação das pessoas privadas de liberdade. Na cadeia pública de Beltrão – 19ª SPD (Subdivisão Policial), são mais de 100 detentos.

Dra Lirane Ferreto é professora do curso de Medicina da Unioeste Beltrão.
Crédito: Divulgação.
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