Pediatra beltronense relata: quanto mais prematuro o bebê, mais chance de atraso no desenvolvimento motor e cognitivo

Da assessoria/AMP – “Pouco mais de 10% dos nascimentos de crianças no Brasil são prematuros. E quanto mais prematuro, maior chance de desenvolver situações decorrentes da prematuridade, além de serem mais suscetíveis a infecções no período neonatal”. Afirmação é da médica pediatra Elizamara Segala, membro da Associação Médica do Paraná – regional de Francisco Beltrão.

Entre as complicações, a Dra destaca as hemorragias intracranianas e morbidades graves como a retinopatia da prematuridade (com risco de cegueira), problemas pulmonares (como a displasia broncopulmonar), atrasos no desenvolvimento geral, (motor e cognitivo), maior chance de hiperatividade e do Transtorno de Espectro Autista (TEA).

O parto prematuro é a principal causa global da mortalidade infantil antes dos 5 anos de idade e o Brasil é o 10º colocado no ranking mundial dos países com mais nascimentos prematuros. O bebê é considerado prematuro quando nasce antes da 37ª semana de gravidez – uma gestação completa varia entre 37 e 42 semanas.

Por isso, a campanha Novembro Roxo – que tem 17 de novembro como o Dia Mundial da Prematuridade – leva um alerta às famílias e à sociedade sobre o crescente número de partos prematuros, suas causas e consequências. De acordo com o Ministério da Saúde, todo ano são registrados em torno de 340 mil nascimentos prematuros no Brasil, o equivalente a seis casos a cada dez minutos.

Alerta
“Mediante tantas complicações que o prematuro está suscetível, nenhuma etapa pode ser negligenciada, e deve ser atendida de forma rápida e eficaz, seguindo os protocolos conforme o grau da prematuridade. Quando necessita de UTI, o custo é elevado, e além de múltiplos profissionais que o cuidam nesse período crítico, alguns necessitam por muito tempo de acompanhamento com neurologista, fisioterapia, fonoaudiologia, pediatra de alto risco, oftalmologista, ortopedista pediátrico, medicamentos e vacinas específicas de custo muito elevado, mas de extrema importância para a vida do bebê”, assinala Elizamara.

A Dra lembra que “cuidar de um prematuro não é apenas um trabalho, é uma missão inspirada pelo comprometimento, amor e esperança de vê-lo desenvolver o melhor do seu potencial e com menos agravos à saúde possível”. “A criança que tem acesso aos atendimentos necessários, tem maior possibilidade de se desenvolver de forma saudável e sem repercussões da prematuridade na sua vida adulta”.

Relato
Adriana de Oliveira Nava é mãe da pequena Heloísa de Oliveira Nava. A garotinha nasceu com 1,9kg com 30 semanas e 5 dias devido à complicação gestacional (Help). “Ela ficou na UTI neonatal durante 47 dias, além de 5 dias de enfermaria. Recebeu alta com 1.835kg. Após a alta, foi dada continuidade em todos os cuidados para um recém-nascido com prematuridade. Foram feitos todos os acompanhamentos indicados para que ela obtivesse uma qualidade de saúde e vida sem sequelas no pós-nascimento”, relata Adriana. Hoje Heloísa está com 6 anos de idade, saudável, e os cuidados seguem apenas com pneumologista e pediatra.

Adriana de Oliveira Nava com a filha Heloísa de Oliveira Nava e o amigo, também prematuro, Lorenzo Francisco Thomé, filho de Jackson e Rosebely Miranda. Crédito: arquivo pessoal.

Garotinha Heloísa.
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