Médico beltronense explica relação da memória com demências e alerta: ninguém está livre

Da assessoria/AMP – Lapsos de memória, troca de nomes e guardar objetos e não lembrar onde guardou pode ligar o alerta para casos de demência. De acordo com o médico neurologista Vicente Maranhão, associado à Associação Médica do Paraná – regional de Francisco Beltrão, a demência é a perda da memória de uma forma mais acelerada para fatos recentes, como “ações realizadas no dia a dia”.

Esse declínio vai acontecer naturalmente pelo envelhecimento. Se a pessoa começa a perder a memória de forma mais acelerada do que o normal, pode estar se iniciando um processo de demência. “Ou por outros fatores, como depressão e dores crônicas, que podem levar a um declínio na memória. Por isso é muito importante a avaliação clínica especializada com um neurologista ou geriatra, principalmente em indivíduos acima de 60 anos de idade. Com isso, a pessoa vai ter uma confirmação se é apenas um declínio de memória por outros motivos ou se é o início de um quadro de demência”, explica do Dr.

  • Quando uma pessoa pode ficar preocupada com possível caso de demência que venha a acomete-la?

  • Geralmente não se percebe quando a memória de uma pessoa está declinando. São as pessoas da convivência, da família, que começam a perceber alguns lapsos, como troca de nomes, esquecimento de coisas importantes. São sinais de alerta para levar esse indivíduo num médico especialista para realizar testes e exames.
  • Quais são os tipos de demência?
    São vários tipos, o mais conhecido é o Alzheimer, doença que provoca a perda acelerada de memória nas pessoas. Tem ainda a demência vascular, que ocorre por pequenos infartos e entupimentos de veias na cabeça de maneira repetitiva. Tem ainda a demência fronto-temporal, quando o indivíduo começa a ter alterações comportamentais associado ao quadro de perda de memória. A evolução de todos os tipos de demência acontece da mesma forma.
  • Medicamentos podem ocasionar demência nas pessoas?
    Nenhum medicamento provoca demências. O que existe são alterações comportamentais. Pessoas que fazem uso de bebida alcoólica ou drogas ilícitas, ou que tem uma dieta alimentar não balanceada, alteração do colesterol e do triglicerídeo, com problema de tireoide e baixa na vitamina B12, alterações renais e cardíacas. Ou seja, são outros componentes do nosso corpo que estão ligados com o cérebro. Com isso provocam alterações na nossa grande máquina que é o cérebro. Com isso, leva-se a um processo de envelhecimento cerebral com prejuízo da memória e consequentemente levando à demência.
  • Tem como prevenir demências? E quais os tratamentos?
    Não há como prevenir a demência com medicamentos. O que está em estudo é uma vacina e a prevenção por meio dos hábitos de vida. Você ter um exercício mental adequado como leituras, aprender outro idioma, estar sempre bem informado, participando de grupos de pessoas e discussões sobre vários assuntos. Além de não fumar, beber moderadamente, não usar drogas ilícitas, fazer uma dieta balanceada com muitas folhas verdes, reduzir o colesterol e triglicerídeo, evitar grande quantidade de alimentos com açúcar, evitar isolamento afetivo, podem prevenir as demências.
  • É mais comum casos de demência em homens ou mulheres?
    Não existe ocorrência maior relacionada ao sexo do indivíduo. Contudo, como as mulheres são mais longevas, elas têm mais chances de ter demência.
  • Para termos uma boa memória, o que o Dr. recomenda?
    Além dos bons hábitos de vida, alimentação, social e informativa, é importante fazer atividades físicas regulares, sob orientação de profissionais de educação física.
  • Considerações finais que acreditar necessário…
    Ninguém está livre de ficar com demência, pois é uma doença de alta incidência na população brasileira. Porque tem uma tendência de nas próximas décadas termos uma população com idade mais avançada. E a demência é prevalente em pessoas acima dos 65 anos de idade. Por isso precisamos manter o corpo sadio e a mente sã.
“A demência é uma situação que ocorre pelo avanço da idade das pessoas”, observa Dr. Vicente. Crédito: arquivo pessoal.
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