Da assessoria/AMP – Eles existem há mais de 100 anos e estão presentes nas casas de muitas pessoas. São os cotonetes, inventados há 102 anos pelo polonês naturalizado americano Leo Gersternzang. Eles são usados para a higienização dos ouvidos e em departamentos de saúde na coleta e realização de exames.
Contudo, seguidamente as hastes flexíveis são alvo de dúvidas. Afinal, usar cotonetes faz mal para a saúde dos ouvidos?
A assessoria de imprensa da Associação Médica do Paraná (AMP), regional de Francisco Beltrão, conversou com a otorrinolaringologista Mariana Manzoni Seerig, associada à AMP.
- Retirar a cera dos ouvidos com hastes (cotonetes) pode causar surdez nas pessoas?
Não. Mas é importante lembrar que o cotonete empurra a cera do ouvido em direção ao tímpano e por isso pode acabar levando a uma obstrução, causando a sensação do ouvido tampado. - Os pelinhos dos cotonetes podem se soltar e ficar armazenados dentro dos ouvidos?
Sim. Inclusive há casos em que o algodão se solta da haste e que é necessário procurar um otorrino para remover o algodão. - Qual a melhor forma de fazer a higienização dos ouvidos?
Com uma toalha ou uma gaze, após o banho. - Qual o papel da cera nos ouvidos?
Ela serve para proteger o ouvido. Ajuda a lubrificar e limpar o canal auditivo, impedindo a entrada de corpos estranhos ou impurezas. - A Dra conhece pessoas que ficaram surdas por causa do mal-uso das hastes flexíveis?
Não. Mas existem casos de perfuração do tímpano por introduzir o cotonete muito profundo. Isso acaba levando a perda de audição e dependendo do caso pode necessitar cirurgia. Isso é muito comum em crianças, portanto devemos manter as hastes longe do alcance delas. - Considerações finais, Dra?
Apesar de a cera ter a função de proteção, quando em excesso pode causar obstrução, levando à dificuldade para escutar, zumbido e até dor. É essencial procurar um otorrino para assegurar a saúde dos seus ouvidos, fugindo de tratamentos como cone hindu, tratamentos caseiros ou uso de hastes flexíveis.
Sobre o cone hindu, a Dra Mariana explica que é cada vez mais comum as pessoas recorrerem a ele para limpeza do ouvido, ou pela promessa milagrosa da cura da sinusite, zumbido e labirintite. “Por ser um tratamento baseado na medicina oriental, muitos acreditam que é isento de complicações. Porém a parafina utilizada no cone pode derreter e causar danos irreversíveis nos ouvidos, como queimaduras, perfuração do tímpano ou graves lesões auditivas. Muitas vezes é preciso encaminhar o paciente para remoção da parafina em centro cirúrgico, sob sedação, pois o procedimento não é tolerado em consultório devido à dor”.